sábado, 1 de outubro de 2011

Um choque e um ano de diferença

Há um ano tive um choque. Não sei bem quando foi, embora talvez ficasse a saber se me desse ao trabalho de ir investigar. Mas não vale a pena. Sei que foi em outubro, provavelmente na segunda quinzena, e isso basta. Faz de conta que foi a um e que faz hoje um ano.

Há um ano, portanto, tive um choque. A roupa, que tinha passado vários anos a encolher cada vez mais, estava a escassear, e decidi que tinha de ir comprar mais, portanto arranjei um dia livre e pus-me a percorrer lojas. Cheguei ao fim do dia estarrecido: em nenhuma tinha encontrado alguma coisa que me servisse. Em. Nenhuma.

Eu não me achava assim tão gordo. Os meus 114 quilos não se notavam lá muito, pensava eu, e até mo diziam de vez em quando. Sim, gordo estava, claro, até porque me sentia pesadão, me faltava o fôlego depois de andar umas centenas de metros, desatava a suar com qualquer palha mexida, enfim, tinha todos os sinais de aviso da obesidade. Mas não me achava assim tão gordo que não fosse capaz de arranjar roupa que me servisse, caramba!

Há um ano desfez-se a ilusão. E há um ano decidi emagrecer. Para isso, limitei-me a fazer duas coisas. Um pouco mais de exercício físico foi uma. Nada de especial: uns passeios de vez em quando, um deixar o carro em casa quando não é indispensável, essas coisas. Não me entreguei aos caça-níqueis que são os ginásios, e não saltei de anos de completo sedentarismo para uma vida armada em desportista. Aumentei só um pouco a atividade. Mas fiz também uma segunda coisa: deixei de enfardar. Em vez de comer até me sentir farto, passei a comer até ter o suficiente, ou um pouco menos. Até ficar sem fome. Não deixei de comer nada; continuei a comer tudo o que comia, mas menos (na verdade houve até uma coisa que passei a comer mais: pistácios. Raio de vício, esse). Só isso, nada mais.

Resultado?

Um ano mais tarde, tenho 97 quilos. Ainda tenho peso a mais, mas já não estou obeso. O pneu ainda cá está, mas algo desinsuflado. A barriga reduziu-se a um vestígio. 17 quilos a menos fazem diferença nessas coisas. E ganhei agilidade, resistência, qualidade de vida. Roupa que não me servia há anos voltou a servir. Numa palavra, rejuvenesci.

É bom, rejuvenescer. E é a segunda vez que me acontece. A primeira foi quando deixei de fumar. Perder peso é parecido. Aconselho.

4 comentários:

  1. Parabéns! Já é um grande feito teres perdido esses 17 kg.
    Bem sei que por vezes não é fácil mudar os hábitos, mas pela saúde, vale tudo e às vezes precisamos de uns 'abanões' para nos darmos conta de algo que deveria ser óbvio.

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  2. Pois é. O abanão foi uma grande invenção.

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  3. Também tive uma epifania dessas aqui há uns tempos, reagi da mesmíssima maneira, mas fui um passinho mais longe e deixei de comer meio pão alentejano por dia, e doces, bolos, pudins e sobremesas e chocolates e bombons TODOS OS DIAS e passou a ser só uma ou duas vezes por semana :-) Também já lá vão 10 kg em 5 meses, muito bom :-) Força para nós!!!

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