Cada vez me dou menos ao trabalho de rebater afirmações caluniosas ou aquelas insinuaçõezinhas torpes que tão frequentes são no modo de agir daquelas pessoas que, tantas vezes a coberto do anonimato, vêm para a internet destilar veneno. Hoje, excecionalmente, vou fazê-lo como meio de mostrar algumas diferenças.
Num dos comentários a este post, um tal "Mario" que finge não ser anónimo usando um nome comum, mas na verdade é-o porque tem um perfil vazio e mais nada, acusa-me dissimuladamente de ser alguém que "à primeira oportunidade tenta agradar aos "grandes", e enche-se de razão e finge-se [sic] saber mais do que sabe." Provas do que diz? Não dá, claro. É a típica acusaçãozinha rasteira, não substanciada e vazia que este tipo de gente tanto gosta de usar.
O que eles deviam fazer, para que alguma hipótese houvesse de terem a mínima relevância no debate era, para começar, terem a coragem básica de se identificarem quando estão a falar com gente identificada. E em segundo lugar, de consubstanciarem o que dizem com algo que pelo menos se assemelhe a factos.
Dou um exemplo.
O mesmo "Mario" produz a seguinte afirmação, plena de elegância: "O problema dos acordistas é fazerem olho cego ao verdadeiro problema do Acordo: É uma imposição de traços ditatoriais. Nenhum deles tem testículos para discutir esse ponto."
Ou seja, segundo ele, o Acordo Ortográfico, ratificado por larga maioria na Assembleia da República pelos deputados eleitos pelo povo, o mesmo tendo acontecido com os protocolos retificativos, o último dos quais, lembro-me bem, foi ratificado em cumprimento de uma promessa eleitoral, é "uma imposição de traços ditatoriais". Ora eu, baseando-me nos factos supracitados, digo que esta afirmação é absolutamente idiota e revela que o nosso comentador anónimo nada sabe sobre o que é a democracia. Para ele, as coisas são democráticas quando são do seu agrado; se não são, trata-se de "imposições de traços ditatoriais".
Eis o ponto discutido por um "acordista". Pelos vistos tenho testículos. Viva eu.
Mas o verdadeiro ponto que aqui quero sublinhar é este: rebater um argumento com factos faz parte da discussão. Anular uma afirmação de totalitarismo com os factos a respeito do modo como o acordo foi aprovado pelas instituições democráticas deste país é, realmente, produzir argumentos. E avaliar os conhecimentos ou a ignorância de quem faz uma tal afirmação com base no resultado desses argumentos é legítimo e inteiramente válido.
Pelo contrário, atirar retórica insubstanciada e caluniosa ao ar não passa de lixo.
Já há demasiado lixo por aí. Não façam mais. Mas se não conseguirem resistir, e bem sei que há por aí muita gente que não consegue resistir a produzir lixo, não esperem que eu me dê ao trabalho de vos dar alguma atenção. Vão ficar a falar sozinhos. Temos pena.
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