A Floração da Estranha Orquídea é uma igualmente estranha história de R. G. Macready, a única, aliás, que o autor publicou. Tudo começa convencionalmente. Um homem suficientemente rico para não ter de trabalhar mas suficientemente medíocre para não ter nada em que gastar o tempo a não ser o cultivo de orquídeas, arranja um belo dia um exemplar que pode, ou não, ser algo de novo. Planta-o, a orquídea germina e desenvolve-se exalando um odor intenso e enjoativo... que quase tem terríveis consequências. Até aqui tudo bem; parece que estamos perante um típico conto de horror em que o perigo vegetal que é marca desta antologia toma a forma de uma orquídea predatória. Mas de repente, o protagonista original é esquecido, e a história transforma-se num relato de um jornalista que terá visitado a propriedade de um cientista, encontrando aí a aventura da sua vida e outro monstro vegetal mais monstruoso ainda do que o primeiro. E depois a história acaba sem sequer chegar perto de acabar, como se o autor se tivesse farto dela ou ficado sem saber bem como concluí-la.
O resultado é francamente mau. E irritante, porque há aqui uma série de boas ideias, mas estão concretizadas de uma forma tão desajeitada que o conto não tem ponta por onde se lhe pegue... e nada é mais irritante do que o desperdício de boas ideias. Este podia ter sido um bom conto de horror. Também podia ter sido um bom conto de ficção científica (os elementos estão lá, na segunda parte). Mas em vez disso é uma mixórdia sem pés nem cabeça.
Enfim... venha o próximo.
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