Um Bigode e Peras é um crónica de Miguel Esteves Cardoso que é bom que os brasileiros não leiam. Nunca. É que fala do bigode lusitano, e já há piadinhas mais que suficientes a esse respeito lá pelas terras batizadas em honra de um pau sem que ainda venham ler estas coisas para se inspirarem para mais.
Aqui, o MEC discorre profusamente, com o seu habitual português limpo e a sua costumeira ironia, sobre as pilosidades faciais que adornam as façanhudas carantonhas dos seus compatriotas. Ou adornavam, que isto data de há uns anos valentes e entretanto o tuga tipo se escanhoou bastante mais do que era hábito nestes longínquos antigamentes. Trata das bigodaças, principalmente, embora também passe de passagem pelas peras e por outros tipos de pelame. Com piada, sim, e bastante, embora vá perdendo alguma no decorrer da crónica. Mas também com aquela irritante sobranceria provinciana do candidato a aristocrata, sempre a olhar para fora em busca de uma mirífica civilização que existirá algures mas não aqui. São as duas faces do Miguel Esteves Cardoso, e não existe uma sem a outra. Às vezes é pena. Aqui? Sim, talvez seja um pouco. Mas não o suficiente para matar o humor.
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