Nomes da Nossa Terra que Urgiria Esquecer é, num certo contraste com o texto anterior, das coisas mais hilariantes que já se escreveram nesta nossa língua portuguesa. Esta crónica de Miguel Esteves Cardoso (ou melhor: crónicas, pois trata-se aqui da junção de duas crónicas publicadas em duas semanas sucessivas) pega nas peculiaridades e excentricidades da toponímia portuguesa que, convenhamos, são abundantes, e com elas constrói um delirante libelo contra o primitivismo inerente a tais nomes, denunciando a vergonha que eles provocam a quem habita nas terras que designam ou delas é natural e, por extensão, a todo o país, que tem de apresentar tais lugares aos estrangeiros. É certo que há aqui algo do que de mais desagradável existe em Miguel Esteves Cardoso (aquela ideia, em parte irónica e ternurenta, mas em parte muito séria, de que Portugal, no fundo, não passa de um bando de selvagens a necessitar urgentemente de civilização vinda de fora... e especialmente de Inglaterra), mas a verdade é que o texto, além de estar tão bem escrito como é hábito no MEC, é de ir às lágrimas. Muito, muito divertido.
Textos anteriores deste livro:
Sem comentários:
Enviar um comentário
Por motivos de spam persistente, todos os comentários neste blogue são moderados. Comentários legítimos passam, mas pode demorar algum tempo. Como sempre acontece, paga a maioria por uma minoria de abusadores. Parece ser assim que o mundo funciona, infelizmente.