Ice Age é mais um pequeno conto de autor anónimo (ou então é de Iain Rowan) que tem na muito boa qualidade literária o seu principal ponto forte. A história é muito britânica, centrada no calmo desespero (sim, há aqui uma referência aos Pink Floyd) de um homem cuja vida se dissolve à sua volta, ao mesmo tempo que ele se convence, talvez por loucura, talvez porque assim é de facto, que uma nova Idade do Gelo está prestes a submergir o mundo num gelo que tem muito de simbólico, que é, talvez, mais interno do que externo. Trata-se de um conto sobre o vazio de uma vida despida de sentido e de contacto humano. Sendo embora muito diferente, fez-me lembrar com vivacidade alguns dos contos de Ballard. Bastante bom.
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