Não tenho muito a dizer sobre este conto. Em O Viajante Clandestino, José Rodrigues Miguéis apresenta-nos uma história de emigração económica portuguesa para os Estados Unidos, aparentemente em meados do século XX e por via marítima. Uma história que se poderia contar em uma ou duas páginas se o texto se resumisse à ação pura e simples, mas é mais longo porque Miguéis se demora a criar o ambiente e a pintar o retrato às condições socioeconómicas que levam à viagem, e que se conclui num puro ato de bondade e indiferença às regras (que hoje em dia seria impensável, diga-se) por parte de um agente da autoridade. Mesmo contando com uma certa inverosimilhança que pode assaltar o leitor moderno (mas não tanto o contemporâneo do texto, presumo) ao ler o desfecho, o realismo (quase neorrealismo) é total; nada no conto existe de fantástico. É um conto bonito, bem escrito e interessante, mas que não deixou grandes marcas neste leitor que aqui escreve.
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