domingo, 6 de julho de 2003

Em jeito de comemoração spamética

OK, aqui estou calmamente reclinado, garrafinha de espumante rasca (a crise não perdoa) à frente e uns centilitros da zurrapa num copinho, pendurado da mão que não tecla, a comemorar o facto de a spamesia ter durado dois meses (e o blog uns quantos dias mais do que isso). Hip-hip, hurra!

Quando a brincadeira fez um mês, expliquei resumidissimamente as regras do jogo. Agora, e também porque que já mas perguntaram depois disso, vou dizer mais umas coisas.

Utilizando o bordão linguístico da moda, então é assim: os spamemas nasceram de uma necessidade de encontrar alguma utilidade, por pequena que fosse, no lixo diário que invade a minha caixa do correio electrónico, à semelhança do que acontece com todos aqueles que têm uma presença na web (e endereços inalterados) com alguma antiguidade. Depois de algumas voltas ao miolo, lembrei-me de pegar nos títulos mais inspiradores do spam que me ia chegando e fazer uma coisa qualquer tendencialmente literária. Poderia ter sido em prosa, mas acabou por ser em verso, nem sei porquê.

As regras são simples: do spam só é reutilizado o título, que serve (por vezes com tradução ou ligeiras adaptações) como título do spamema. É suposto fazer um spamema por dia, e realmente as vezes que esta regra foi quebrada não foram muitas. É também suposto que seja posto no blog o texto tal como saiu, sem edições nem burilamentos, em estado bruto, por assim dizer. Por isso, e também porque não fico à espera que as musas me batam à porta e me aconteça aquele estado de espírito especial em que as palavras parece que se encaixam umas nas outras automaticamente e sem esforço, muitos dos spamemas que aqui estão são muito maus enquanto poemas. Mesmo assim, ao que parece, há quem goste. Gosto disso, confesso.

Em todo o caso, isto é um exercício de diletantismo sem qualquer ambição que vá além de fazer desaparecer um aborrecimento diário. E é uma unidade: o pouco sentido que os spamemas fazem só existe em conjunto. Logo, no caso improvável de algum dia alguém me conseguir convencer a meter isto, no todo ou em parte, em algum outro sítio que não a Lâmpada Mágica, a transposição nunca será directa. Antes seria necessário polir e fazer sobressair o que de artístico nestes textos possa haver, atenuando ou fazendo desaparecer o muito que neles há de irrelevante, inconsistente e a-literário. Ou até, talvez, substituir completamente alguns destes textos por outros, mais inteligentes e mais bem trabalhados.

Não sei até quando isto durará. Provavelmente enquanto tiver gosto em fazê-los e houver spam, terão um spamema por dia aqui na Lâmpada. Entretanto, tchim-tchim.

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