quinta-feira, 24 de julho de 2003

Sobre o papel dos críticos

O canhoto J escreveu um post brilhante acerca do papel e do que se deve esperar dos críticos, literários mas não só. Devia ser emoldurado e posto na parede tanto de quem fala sobre a crítica como dos próprios críticos. Aqui ficam alguns excertos, e quanto ao post completo, leiam-no aqui. Vale a pena.

Não é possível avalizar objectivamente a qualidade de uma obra porque há demasiados factores envolvidos: originalidade formal e de conteúdo, elegância formal e estrutural, profundidade, intuição humana, análise social, coerência, impacto, influência que tem sobre terceiros, etc., que ninguém pode descobrir num livro recém-publicado. Na melhor das hipóteses pode dar-se uma opinião subjectiva, mas fundamentada e informada, com indicações claras das tendências e preconceitos dos críticos.

[...]

O que não pode é ocorrer como na maioria das críticas actuais: [...] resumir ou citar o livro, biografar o autor, etc., normalmente limitando-se a fazer copy/paste dos comunicados de imprensa.

A longo prazo, uma crítica inócua é pior para todos que uma crítica demolidora, pois não ajuda a formar o gosto do público, não ajuda os novos escritores a identificar os seus erros e torna a nova literatura uma gigantesca massa indistinta de qualidade, que afugenta muitos leitores para os braços mais seguros da literatura clássica.

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