quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Lido: Kaishaku

Kaishaku é mais um conto (ou, neste caso, noveleta) de ficção científica do cubano Yoss. Desta feita vamos encontrar uma Terra futura, devastada por uma espécie alienígena que surge de repente no sistema solar, o mesmo acontecendo a todos os postos avançados humanos nas várias órbitas e nos vários corpos celestes onde a nossa espécie se tinha instalado. Todos menos um; uma estação espacial em órbita da Terra guarda os últimos representantes da espécie humana. E é desta estação espacial que sai a protagonista da história para ir tentar compreender os motivos do genocídio.

Não gostei por aí além, confesso. Achei o conto demasiado cheio de infodumps para ser do meu agrado, mesmo que tudo o resto estivesse bem. Mas ainda por cima não me parece que esteja. É que, embora ache uma enorme parvoíce que se condene um texto literário por possuir ideologia implícita ou explícita (todos a possuem, mesmo — ou às vezes especialmente — os que tentam escondê-la ou fingir que ela não existe), julgo que começa a ser um problema quando se sacrifica o desenvolvimento da história e se tomam opções que a tornam demasiado inverosímil por causa dos problemas ideológicos ou filosóficos que se pretende abordar. Ou quando o autor sente a necessidade de a explicar. E isso, neste conto, é patente.

Creio que esta história podia ser bem contada num texto mais longo e mais subtil. Assim como está, não gostei. Quanto a vocês, podem decidir por vós mesmos, lendo-o aqui.

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