Ictus Purr é, além do título de mais um conto bem surreal de Rhys Hughes, o nome de um universo paralelo. Segundo Hughes, pelo menos, e é bem sabido como aquilo que o Rhys nos diz nos contos que vai escrevendo não é digno de confiança. Mas admitindo que aqui ele fala verdade, Ictus Purr é um universo paralelo, no qual a cidade galesa de Swansea se estende por longos litorais, muito mais longos do que os que ocupa neste nosso universo. E é deste que é originária a banda (quatro amigos e um alheado), chamada The Rag Foundation, que um emissário de Ictus Purr vem buscar. Um conto muito bizarro, claro, que vai acompanhando e explicando as esquisitices que com que a banda vai deparando. E são muitas...
Mas a verdade é que, ao aproximar-me do fim do livro, a imaginação, os jogos de palavras, as brincadeiras com o absurdo, as cataratas de ideias surreais começam a tornar-se previsíveis e cansativas. Mesmo intercalando a leitura destas histórias com outras, não consigo evitar a sensação de que a história X em muito pouco se distingue da história Y e se esgota na imaginação, nos jogos de palavras, nas brincadeiras com o absurdo. Que se acaba a história, começa outra, e pouco ou nada fica de cada uma delas. Que o livro talvez ganhasse se fosse mais curto. E isso não é uma boa sensação para se ter ao aproximarmo-nos do fim de um livro.
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