Morella (bib.) é um conto curto de horror, de Edgar Allan Poe que, ao contrário de contos mais tardios do autor, incorpora todos os vícios do romantismo. A história é um drama de faca e alguidar, contado de forma sentimental e na primeira pessoa, por um homem que se apaixona por uma mulher que descreve como inteligentíssima mas mórbida, com ela se casa, e a perde quando morre ao dar à luz uma filha. E esta, por seu lado, desde cedo vai mostrando todos os traços da mãe, o que enche o pai de espanto e de algo mais. De tal forma que o desfecho acaba por não ser de todo inesperado.
Dos contos de Poe que li, este é bem capaz de ser o de que gostei menos. Aquele excesso de sentimentalismo típico dos textos românticos, que faz palpitar de deleite alguns leitores, comigo funciona como repelente bastante eficaz. Mesmo quando não chega propriamente à pieguice, como aqui. Por outro lado, está muito bem escrito. Olhando-o apenas por esse prisma reconheço que é um bom conto.
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