Termo de Recriação (bib.), vinheta de Marcia Szajnbok, é outro dos tais contos que se nota demasiado terem sido escritos por alguém pouco familiarizado com a escrita de ficção científica. Trata-se de um continho muito católico que ficciona um relatório, que se percebe ser de deus muito antes da assinatura, sobre, obviamente, a experiência Homem. Fica a perplexidade: a quem apresenta deus relatórios?! Que objetivo leva a personagem-narrador, omnipotente, omnipresente e omni-mais-uma-porção-de-coisas a passar a papel esta narração?!
O conto é infodump puro, claro, e está repleto de ideias muito simplistas e banais sobre a espécie humana. E também de alguns rotundos disparates. Exemplo: às tantas o omnisciente narrador diz que a Terra é um lindo planeta porque é azul, e acrescenta que "nenhum outro jamais fora azul". Neptuno e Urano, hello? Azulados por aquele processozinho físico básico chamado dispersão de Rayleigh, que também é responsável pelo azul dos céus terrestres, e por consequência dos nossos mares? E que portanto terá criado biliões e biliões de planetas azuis por este universo fora?
Enfim...
O texto, em si mesmo, não é mau, mas temo bem que seja o que o conto tem de melhor. Achei tudo o resto muito, muito fraco.
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