O Fim é um conto bastante curto de Jorge Luís Borges sobre um duelo, quase em ambiente de faroeste, apesar de se passar na Argentina e aqui não haver Colts mas facas. Um homem espera num bar por outro homem. Espera sete anos, enquanto dedilha uma guitarra, pela oportunidade de, finalmente, vingar o assassínio do irmão. E essa oportunidade enfim chega na pessoa do assassino, que sabe perfeitamente ao que vai. É um conto que, não fora um certo caráter esquemático de situação e anbiente, não fora o fim em que uma metamorfose acontece, apesar de ser uma metamorfose muito mais metafórica do que real, nada teria de fantástico. Nem horror psicológico nele existe; ambos os protagonistas encaram a probabilidade da morte com calmo fatalismo, como que a dizer "vamos lá então fazer o que tem de ser feito". Mas o conto não é menos bom por causa disso. É um belo conto; um conto que, com economia de meios, faz pensar na mácula que roubar uma vida humana causa em quem o faz.
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