O Medo é um pequeno conto de Guy de Maupassant sobre o medo e não, não é engano, nem estou a gaguejar nem a repetir-me. Maupassant escreveu dois contos com aproximadamente a mesma temática e a que deu o mesmo título, um em 1882 e o outro em 1884. Aqui falo do primeiro, e isto é sobre o segundo. E na verdade, há muito em comum entre as duas histórias: a sua extensão é semelhante, o tema também, como já se disse, e a forma de as contar idem, embora as histórias em si, os episódios contados, sejam outros. Como no primeiro caso, também esta é uma história de ouvir contar, desta feita relatada no comboio, durante uma conversa despoletada por uma estranha visão: a de um grupo de homens na floresta, a aquecer-se à volta de uma fogueira. E também aqui nos são relatados episódios de terror em que os protagonistas mergulham ao depararem com algo de desconhecido ou momentaneamente inexplicável, só para mais tarde reconhecerem que afinal os fenómenos tinham explicações simples. Serve este artifício para discorrer sobre a natureza do medo, objetivo principal, afinal, de ambos os contos. E também aqui, por fim, temos um texto em que se mostram as qualidades de um grande escritor, mas o impacto é um pouco escasso. Dito isto, este segundo conto parece-me mais bem conseguido do que o primeiro. Não muito, mas um pouco.
Conto anterior desta publicação:
Sem comentários:
Enviar um comentário
Por motivos de spam persistente, todos os comentários neste blogue são moderados. Comentários legítimos passam, mas pode demorar algum tempo. Como sempre acontece, paga a maioria por uma minoria de abusadores. Parece ser assim que o mundo funciona, infelizmente.