Começo por uma releitura, e é possível que sejam também releituras as próximas coisas a publicar aqui na Lâmpada. Uma releitura que, atestando o estado em que eu estava quando fiz a leitura inicial, foi quase como ler pela primeira vez; só mesmo no fim do conto se me agitou a memória com uma vaga recordação de já o ter lido.
Sim, Dread é um conto. Um conto de alguém com um nome tão genérico que quase parece pseudónimo: Jack Smith. Um conto muito americano, escrito em inglês (a revista é portuguesa, mas todos os textos finais estão em inglês), com uma atmosfera de realismo mágico cheia de foreshadowing. O protagonista, um vendedor de seguros em plena crise existencial, decide num impulso fazer gazeta ao trabalho (que odeia, embora pareça odiar mais os colegas que o trabalho) para pensar sobre a vida vazia que vive. E é basicamente sobre isso, o conto: o vazio da vida de um trabalhador de colarinho branco, enfiado até ao pescoço nas areias movediças do corporativismo americano. Vale uma tal vida a pena ser vivida? Smith parece achar que não, embora o seu protagonista não tenha grandes certezas. Ele detesta-a, sim, mas que alternativa existe?
O foreshadowing chega ao volante de condutores perigosos, armados daquelas tão americanas aberrações de quatro rodas, aqueles híbridos de SUV e camioneta, enormes, sôfregos de combustível e, aparentemente, de sangue. Numa manhã de viagem entre casa e o trabalho, escapa-se por pouco a pelo menos duas colisões fatais com uma coisa dessas. E depois, bem...
É um conto interessante, este. Não posso dizer que seja a melhor coisa desde a invenção da batata frita, que não é. Mas é interessante.
Sim, Dread é um conto. Um conto de alguém com um nome tão genérico que quase parece pseudónimo: Jack Smith. Um conto muito americano, escrito em inglês (a revista é portuguesa, mas todos os textos finais estão em inglês), com uma atmosfera de realismo mágico cheia de foreshadowing. O protagonista, um vendedor de seguros em plena crise existencial, decide num impulso fazer gazeta ao trabalho (que odeia, embora pareça odiar mais os colegas que o trabalho) para pensar sobre a vida vazia que vive. E é basicamente sobre isso, o conto: o vazio da vida de um trabalhador de colarinho branco, enfiado até ao pescoço nas areias movediças do corporativismo americano. Vale uma tal vida a pena ser vivida? Smith parece achar que não, embora o seu protagonista não tenha grandes certezas. Ele detesta-a, sim, mas que alternativa existe?
O foreshadowing chega ao volante de condutores perigosos, armados daquelas tão americanas aberrações de quatro rodas, aqueles híbridos de SUV e camioneta, enormes, sôfregos de combustível e, aparentemente, de sangue. Numa manhã de viagem entre casa e o trabalho, escapa-se por pouco a pelo menos duas colisões fatais com uma coisa dessas. E depois, bem...
É um conto interessante, este. Não posso dizer que seja a melhor coisa desde a invenção da batata frita, que não é. Mas é interessante.
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