Provavelmente estarão a pensar qualquer coisa como "lá vem este outra vez dizer que não percebeu nada de outro poema do Marc-Ange Graff", e se o pensarem têm certamente motivos para isso. Afinal, é basicamente o que tenho vindo aqui dizer sobre os dois anteriores, e este Exil et Exuvie também tem título de poema em francês. 1+1=2, assunto arrumado.
Mas não, não propriamente.
Ou seja, sim, estamos perante um poema, ainda que um poema de versos tão longos que quase parecem parágrafos, e sim, começa por ser em francês. Mas é um poema muito musical, e o francês de que se serve é significativamente mais acessível do que o dos textos anteriores, o que faz com que eu não tenha ficado nem por sombras tão aos papéis com ele. É um poema sobre a língua, com um ritmo francamente interessante em que o som das palavras quase parece ser mais importante do que o seu significado. Quase.
E além disso, a segunda metade do poema é em inglês, o que por um lado torna tudo muito mais fácil para mim e por outro transforma todo o texto numa espécie de metáfora de emigração e exílio (a perda da língua como equivalência da perda da pátria?). E da solidão que isso acarreta.
Se bem o entendi, claro. Que eu, como digo sempre, não percebo nada de poesia.
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