Ontem, por volta das 3 da manhã, começou a cair em Portimão o maior dilúvio que já vi em dias de minha vida. Não que nunca tivesse visto cair chuva com tal intensidade, que já tinha. Mas nunca tinha visto cair tanta chuva durante tanto tempo. Foi cerca de uma hora de uma chuva quase sólida que ao cair deve ter enchido todas as ruas da cidade de parede a parede. A minha, pelo menos, encheu, e ela é das largas. Mas se fosse só isso, ainda vá. Não foi. Depois do dilúvio, continuou a chover com muita força até depois de raiar o dia, com uma única pausa de cerca de um quarto de hora. Respirou-se, mas o afogamento reatou passado pouco tempo.
Sim, assisti a tudo. Não preguei olho a noite inteira, a varrer litros e litros de água que me entraram em casa pela porta das traseiras e eu empurrei para a porta da frente, conseguindo com isso evitar que a água inundasse duas divisões. As outras... enfim, pelas outras não se andava, chapinhava-se.
E hoje foi o dia inteiro a apanhar baldes e baldes de água, de esfregona e toalhas em punho, depois, já com a maior parte da água seca, revirar arcas em busca de roupa e papéis encharcados, depois, já com um alfinete espetado em cada nervo e em cada músculo, cair para o lado de exaustão, dormir três horitas e voltar à faina porque é preciso salvar o que der para salvar e evitar que móveis e conteúdo comecem a apodrecer.
E depois, sem saber porquê nem para quê, vir ao blog mandar uma posta antes de ir dormir, como se isto interessasse a alguém.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Por motivos de spam persistente, todos os comentários neste blogue são moderados. Comentários legítimos passam, mas pode demorar algum tempo. Como sempre acontece, paga a maioria por uma minoria de abusadores. Parece ser assim que o mundo funciona, infelizmente.