quarta-feira, 19 de julho de 2006

Os nazis contemporâneos

Os palestinianos são uma "ameaça demográfica cancerígena" e a acção militar é "quimioterapia". Quem o diz? Moshe Ya'alon, chefe do estado-maior israelita.

O problema que o mundo tem é que do outro lado a escumalha é igualzinha. Tão nazi é este tipo como o Mahmoud Ahmadinejad. Um aproveita-se do Holocausto para justificar todos os crimes e genocídios, o outro nega o Holocausto e provavelmente sente uma grande pena de que Hitler não tenha acabado o trabalho. É impossível apoiar de facto Hezbollahs e Hamas, porque embora troquem mísseis com o Ehud Olmert, são todos tão nazis como ele, tão terroristas como ele. É tudo a mesma escumalha.

Mas isso dizemos nós, que não temos mísseis a cair-nos na cabeça ou na cabeça de familiares e conhecidos. Para os árabes, em especial para os libaneses, palestinianos e sírios, as coisas são bem diferentes. Quando uma organização terrorista disfarçada de estado se aproveita do rapto de um soldado (que ao contrário do que é hábito nos extremistas palestinianos até é um acto de guerra legítimo, e enquanto houver ocupação da Palestina é escusado fingir que não existe guerra e um culpado principal nela) para desencadear uma onda de assassínios em Gaza, não há escolha possível. Já haveria mais escolha quando uma segunda organização terrorista chamada Hezbollah se resolve meter no assunto e começa a enviar mísseis para Israel, mas essa escolha desaparece no momento em que os terroristas iraelitas não se limitam a atacar militantes do Hezbollah, mas atingem também as infra-estruturas do país, atacam e assassinam civis, lançam ataques sobre o exército libanês.

Nós, podemos dar-nos ao luxo de não apoiar o Hezbollah ou o Hamas. Nenhum deles, de facto, merece o nosso apoio. Mas eles, os árabes, os que sofrem na pele os efeitos de terem de viver lado a lado com um estado terrorista, não têm luxos desses. Israel é uma fábrica de fanáticos dispostos a tudo. Quantos mais árabes massacra, mais força dá a todos os integrismos muçulmanos. E as consequências pagamo-las todos, não só com vidas de inocentes como de muitas outras formas, incluindo a destruição das nossas economias.

É por isso mais que tempo de chamar a Israel o que aquilo é: uma organização terrorista. E de tratar com aquilo da mesma forma que com todas as outras organizações terroristas. Como um caso de polícia.

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