O fio condutor parou a carrinha em frente de casa, saiu, trancou-lhe a porta com uma laçada dada com a facilidade do hábito, serpeou escadas acima desviando-se habilmente das manchas de terra deixadas no mármore pela porcaria dos vizinhos porcos, encontrou a mulher já à sua espera, enrolou-se todo nela, seguiram aos encontrões até ao sofá, fizeram-se novelo, meada, embaraço de nós e laços, e logo antes de atingirem um orgasmo duplo retesaram-se como arames acabados de sair da fábrica.
Era assim todos os dias de trabalho. Ao fim de horas a distribuir atacadores, chegava sempre a casa numa excitação de bonobo. Aqueles fios entrelaçados... Podia ganhar mal, que ganhava, mas pelo menos guita, a mulher, andava feliz, contente e desenrolada da vida.
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