Pois é: estamos todos uma semana mais velhos.
E a minha deixou-me mais velho do que uma semana: as férias chegaram ao fim. Pois, já acabei de ler o livro e reatei o trabalho, e estou naquela fase em que é preciso dar muito à manivela até voltar ao ritmo. É difícil voltar ao ritmo, mesmo depois de umas férias só de alguns dias. Parece que o cérebro desliga, que perde ligações, que as sinapses suspiram de alívio e adormecem sem planos de voltar a acordar. Voltar a pôr tudo em movimento custa tempo e esforço. Acho esta nossa (ou será só minha?) característica um pouco bizarra, francamente.
Mas a verdade é que só depois de me tornar profissional da tradução, obrigado a prazos e a executar um x de trabalho num y de tempo, é que compreendi como é verdadeira a velha máxima que aconselha a quem quer fazer vida de escrever a fazê-lo todos os dias, sem excepção. Preguiçar tem custos maiores do que simplesmente o tempo que se leva de papo para o ar.
Mas adiante.
O livro vai na página 12. São páginas maiores do que as dos outros, porque agora não estou a traduzir a partir de um paperback, mas sim de um hardback. Ao todo, os dois volumes em português, ocupam no original 755 destas páginas, incluindo uma extensão enorme de anexos. Só faltam 743. Tá quase. É um tirinho. Heh!
O wiki mexeu e subiu às 13 772 páginas, uma boa subida de 191 desde a semana passada.
Quanto a leituras, além do livro para traduzir, li Lenda, um conto de FC de João Aniceto sobre a visão alienígena sobre os restos deixados por uma humanidade extinta. Leitura desagradável: muito banal e com a velha falha básica de concepção, tão comum em escritores que não pensam bem sobre as histórias que escrevem: se nem os terrestres são capazes de decifrar restos escritos deixados pela sua própria espécie, a menos que tenham uma pedra de roseta qualquer, como diabo irá uma espécie extraterrestre fazê-lo, com a sua psicologia necessariamente diferente e um conjunto de tradições culturais que nada terão em comum com as nossas? Bah! Este conto remata o livro A Lenda, colectânea de contos que vão do bom ao francamente mau, mas que normalmente andam entre o interessante e o medíocre.
Além disso, li também O Asseio, um conto muito pequeno de Orlando Neves que consegue a proeza de ser ao mesmo tempo surrealista, macabro e divertidíssimo. Digo-vos apenas que é sobre um nariz. Isso mesmo: um nariz. Muito bom. Em estrangeiro, li The Jewels in the Forest, de Fritz Leiber, mais uma aventura de Fafhrd e do Rateiro Cinzento, esta com um forte odor a Conan. Também li Mortimer Snodgrass Tartaruga de Jack C. Haldeman, uma fábula humorística de que não gostei por aí além. E li Metade, um continho mundano e banal de Octávio dos Santos, com um leve toque insólito, sobre o divórcio. Nada de transcendente, longe disso.
E foi só. Dentro de sete dias há mais.
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