quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Os pequenos e médios "empresários" que nós temos

Parece que os "pequenos e médios empresários" andam muito chateaditos por causa de um aumento do salário mínimo de 436 para 450 euros por mês, e ameaçam não renovar contratos por causa disso. Para se ver até que ponto chega a canalhice de tal posição, faça-se umas contas.

Um trabalhador que ganhe o salário mínimo depois do aumento passa a custar ao "empresário" (e empresário vai com aspas porque há melhor designação do que essa para esta gentalha) mais 14 euros por mês. 14 reles euros, que ao fim de um ano somam 196, já contando com subsídio de férias e décimo terceiro mês. 196 euros num ano. Tanto dinheiro como aquele que o pequeno e médio "empresário" típico arrecada num dia, ou no máximo em dois.

Que pena que eu tenho deles! Está-se mesmo a ver que o aumento de 14 euros por trabalhador e por mês vai levá-los a todos à falência, não está? Claro que só podem pôr toda a gente na rua. É que não têm mesmo outra hipótese.

Que nojo de gente!...

Edit: Ops... enganei-me num dado de base, o que faz com que todas as contas estejam erradas: o salário mínimo actual não é de 436, mas sim de 426 euros por mês. Ou seja, o aumento seria de 24 euros, ou, ao fim de um ano, 336 euros. Ou 376, contando com os descontos para a segurança social. Sempre é menos insignificante do que parecia à partida. Em vez de um ou dois dias, o pequeno-e-médio-empresário típico tem de esperar três ou quatro para arrecadar esta quantia. Fico na mesma com pena dele.

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