Aparentemente, sou o Beethoven. Mas tenho os ouvidos a zumbir, num violento protesto, e tenho de lhes dar razão: ouço. E não só ouço, como ouço o suficiente para não conseguir dormir decentemente. Consequências de viver rodeado de escumalha. E de não ser surdo.
De modo que não, não sou o Beethoven.
Mas e se no futuro fosse assim? Se bastassem dez toques na secretária-écran, ou dez respostas ao netipod enquanto se faz jogging, para se ficar a saber, com toda a precisão e sem qualquer ambiguidade, quem se é? Se o joguinho inconsequente para aproveitar um minutinho de descanso entre uma página e a seguinte se transformasse em forma de orientação e categorização na sociedade? Inflexível? Sem possibilidade de fuga?
Utopia? Distopia? Simples topia sem prefixo?
E será que importa? Ou será que o que importa é quem será capaz de escrever as melhores histórias baseadas em tal premissa?
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