domingo, 5 de outubro de 2008

Semana

Uma semana de pouco trabalho, para variar, composta com uma ida a Lisboa para passear (sim, porque este ano, ao contrário do que tem sido hábito, não apresentei nem debati nada) pelo Fórum Fantástico, encurtada por uns problemas que apareceram aqui na base operacional. Nada de sério, mas só o soube (embora já suspeitasse) quando cá cheguei.

O pouco trabalho reflecte-se nos números. O livro está na página 210, o que significa um crescimento de apenas 32 desde a semana passada. Mas já passou de meio: faltam 180.

O wiki, embora lhe tenha acrescentado umas coisas em Lisboa (isto antes da porcaria das actualizações da m**da do Vista me terem comido toda a largura de banda), subiu só para 14 243 páginas, o que dá 74 novidades. Não é mau, mas é bastante menos do que tem sido regra em semanas anteriores.

Quanto a leituras, li Santos F. C., um pequeno conto epistolar de Ivan Carlos Regina, que achei demasiado fanzinesco para uma antologia profissional, seja em elaboração, seja em estrutura e no uso do português. Fracote. Li também vários dos pequenos contos de Orlando Neves: O Espelho é uma variação bem concebida daquelas histórias em que o espelho não se comporta exactamente como é suposto. As Luvas é um conto subversivo sobre um presidente arrivista de que não gostei grandemente: a comparação com Mário-Henrique Leiria é inevitável, e neste tipo de conto, o Mário-Henrique é imbatível. A Mãe é um conto fantástico e bastante bom sobre um homem de meia-idade que se vê de súbito transplantado para a infância. A Fuga é um conto brilhante, entre o surrealista e o horror, sobre um condenado que foge da prisão de uma forma inédita. O Comboio é surrealismo puro, mas não gostei muito: pareceu-me que a ideia exigia um texto maior, talvez com o dobro ou o triplo da extensão. Finalmente, Os Destroços, é um excelente conto de fantasmas, em que o horror (embora bem-humorado) se exerce não sobre quem os vê, como o cliché manda, mas sim sobre o próprio fantasma. O bando de contos de Orlando Neves foi acompanhado por outro bando de contos (maiores) de Fritz Leiber, todos, naturalmente, em estrangeiro: The Bleak Shore leva os heróis, Fafhrd e Rateiro Cinzento, a uma misteriosa terra do outro lado do mar. The Howling Tower continua por paragens distantes, e desta feita os heróis têm de decifrar o mistério de uma torre que uiva. Regressando a casa, os heróis vão deparar com The Sunken Land, uma espécie de Atlântida de Nehwon. E em The Seven Black Priests os dois roubam algo de sagrado e vão sendo perseguidos por todo o Canto Gélido por sacerdotes com sede de sangue.

E foi só isto. Para a semana haverá mais, de novo ao sábado.

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