sábado, 14 de fevereiro de 2009

Semana

E pronto, de volta ao trabalho e ao Martin. Acabou-se o que era doce, blá, blá, blá, aquelas coisas banais que se dizem quando se volta ao trabalho e ao Martin. O horizonte de eventos é agora 2 de Abril. Dá. Faltam 275 páginas, o que provavelmente significa que antes de Abril já estou com o Martin todo despachado (ou antes: à espera do Dance, como montes de outra gente) e de volta à outra senhora.

No wiki, a semana lucrou 41 novas páginas, o que levou o total a subir a 15 518. Uma dessas páginas novas apela à colaboração de todos. Trata-se de um sítio onde a ideia é reunir tudo quanto seja eventos com data marcada no fantástico em português, informação que geralmente se encontra dispersa por aí, quando as coisas não se limitam mesmo a passar despercebidas. Bora enchê-la?

Quanto a leituras, li Biblioteca Requintada, mais um belo conto de Zoran Zivkovic que acompanha as desventuras dum snobe literário que, para seu espanto e horror, encontra um livro de bolso na sua estante. Um livro de bolso, imagine-se! Claro que se vai desfazer dele imediatamente. Mas descobre que não é assim tão fácil. Um conto repleto de ironia, e que ainda por cima funciona como o laçarote que ata todos os outros contos do livro numa unidade (motivo pelo qual, suponho, há quem chame romance a este conjunto de contos). E claro que é o último conto do livro que, portanto, também terminei. Este chama-se Biblioteca (claro) e é muito bom e muito recomendável, apesar de algumas falhas de tradução: embora a tradutora, croata, tenha um conhecimento excelente da língua portuguesa, ele não é perfeito, e aqui e ali nota-se a sua condição de estrangeira. Mas, àparte essas falhas, até faz em geral um bom trabalho.

Também li Impossível Amor, uma noveleta de ficção científica de Jean-Pierre Andrevon com um título que descreve o texto. É, claro, sobre uma história de amor impossível entre um homem normal e uma mulher hipersensitiva, e o fulcro do conto é a descoberta gradual de quem é a mulher e do que se passa com ela. Literariamente muito bom, como, aliás, é timbre do autor (os dois livros dele publicados na Caminho são magníficos). E bem traduzido, o que é espantoso atendendo ao facto do tradutor ser o mesmo que fez um péssimo trabalho em vários dos outros contos do livro.

Por fim, li mais uma noveleta, esta em estrangeiro: Watching Matthew, de Damon Knight. Trata-se de um exercício de estilo na segunda pessoa, contado pelo fantasma de um gémeo morto que acompanha a vida do gémeo sobrevivente, resumida em breves episódios dispersos no tempo. Não posso dizer que tenha gostado por aí além desta história fantástica: pareceu-me ter mais literatura do que conteúdo, o que é sempre um desequilíbrio que causa algum engulho neste leitor que aqui escreve.

E até para a semana.

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