Aqui a Lâmpada é um blogue pessoal com tudo o que isso implica. Debruça-se sobre aquilo que vai interessando a quem a faz em cada momento. Não sobre tudo; sobre o que interessa o suficiente para se achar que vale a pena perder uns minutos a escrever alguma coisa. Ou ganhá-los. Depende. Também depende de haver tempo para isso ou não. Depende de haver vontade, porque não é propriamente uma obrigação. Depende de haver pachorra. E depende de se achar necessário.
E no momento que atravessamos, o que é mesmo necessário é falar de política. Das opções que temos, das que não temos mas nos querem levar a crer que temos, das que temos mas nos dizem que não temos, e das que não temos mesmo.
A Lâmpada nunca foi nem nunca será um blogue político, embora nunca tenha tido problemas em falar de política quando é caso disso. E agora, mais do que nunca, é caso disso. Por conseguinte, de hoje até às eleições, haverá aqui um post sobre política a não ser que não haja mesmo, mesmo, tempo para o escrever. Não será campanha eleitoral (na verdade uma das coisas que quero fazer é mostrar o que me desagrada mais profundamente nas campanhas eleitorais e porquê), não seguirá a campanha eleitoral a não ser que algo de especialmente sumarento nela aconteça. Serão posts sobre o que eu penso a respeito da situação em que estamos, do nosso sistema político, etc. Espero que também sejam posts informativos, que com tanta desinformação a circular por aí é muito necessário que se informem as pessoas.
Considerem-se, portanto, avisados. Os posts estarão todos identificados nos títulos com aquele "L'11" que veem ali em cima (de "Legislativas 2011", claro). Podem usá-lo para os ignorar, até para estabelecer filtros que os façam desaparecer dos vossos feeds, mas eu espero que os leiam.
Este é o primeiro, e portanto é só para avisar. Mas já agora faço os avisos todos. Aqui fica mais um. Já tenho o sentido de voto definido: vou votar no BE. Grande novidade, dirá quem me conhece melhor. É verdade que é em quem tenho votado nos últimos anos, mas também é verdade que este ano pensei muito seriamente em não o fazer, por causa da maior argolada que o Bloco cometeu na sua história: aquela moção de censura motivada por puro calculismo político e que lhe explodiu na cara. E se fosse eleitor num círculo grande era provável que acabasse por votar num partido pequeno, daqueles que não têm representação parlamentar. Acho importante que passem a ter, pelo menos alguns deles. Mas sou eleitor em Faro, e aqui nenhum desses partidos tem a mínima hipótese de eleger alguém, portanto mantenho-me no BE. Não é só por isso, mas é também por isso. Infelizmente, o nosso sistema eleitoral desperdiça votos em barda e favorece sistematicamente os dois partidos mais votados. Fraca democracia esta, não é? Pois é.
E antes que alguém pergunte: não, não sou militante do BE, ninguém do BE me contactou, ninguém me pediu para fazer nada. Isso, aliás, deve ficar claro em alguns destes posts. Estes posts aparecem porque sou um cidadão da república portuguesa, independente e livre e com ideias próprias. Porque tenho o direito de os fazer. E porque acho que no momento presente tenho o dever de os escrever.
Portanto, avisos feitos, até amanhã.
O voto em qualquer partido deve antes de mais ser norteado por uma concordância com as linhas orientadoras e com a posiçao que assumem perante aqueles que sao os nossos valores. Daí que pessoalmente me causem arrepios expressoes como "voto em X porque os outros nao têm capacidade de eleger deputados".
ResponderEliminarCaro Jorge, o cancro da democracia é precisamente este tipo de calculismo. É certo que "Não é só por isso, mas é também por isso.", mas espero ler nos próximos dias o que ficou por dizer, porque me parece sobejamente mais relevante para o momento que vivemos!
Ah! E faltou acrescentar no anterior: o caso de discórdia com os partidos também existe: chama-se voto branco e nao corresponde a uma qualquer irresponsabilidade, a irresponsabilidade é nao votar!
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