Nos mundinhos da FC lusófona o discurso mais comum é o discurso ranheta. Que nunca nada é bom, que nada se faz, nada acontece, que o mar de mediocridade não tem fim, que ninguém nos liga, que ninguém gosta de nós, que ninguém nos entende, mimimi, mimimi, mimimi. O velho pintainho preto com a casca de ovo na cabeça, o Calimero, não faria melhor. A choradeira parece imparável, e isso tanto acontece do lado de cá como do lado de lá, embora do lado de cá seja geralmente bem mais intensa, temperada que costuma vir com o fadinho do desgraçadinho.
Depois acontecem coisas destas. Do lado de lá, está claro. Um projeto de educação organizado pela perfeitura de Macaé (no Brasil a perfeitura é equivalente às nossas câmaras municipais), cidade de 200 mil habitantes no estado do Rio de Janeiro, ganhou um prémio de responsabilidade ambiental. O que é que isto tem de invulgar? É que o projeto foi idealizado por um escritor de ficção científica, Clinton Davisson, a partir de um livro de ficção científica, Hegemonia.
Sim, é isso mesmo. Um livro de FC e um autor de FC não só tiveram um projeto educativo aprovado e implementado por uma câmara municipal duma cidade que, para os padrões brasileiros, tem uma dimensão média, como ainda por cima foram premiados por isso.
Como é a tal cançoneta? Mimimi, mimimi, mimimi?
Pois.
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