Sim, eu sei. Não foi há tanto tempo como isso que aqui falei de Uma Récita do Roberto do Diabo (bib.), conto fantástico de Júlio César Machado que acompanha em paralelo uma representação teatral e um relato pessoal e "verídico", que acabam por se confundir, confundindo também real e teatral. Mas calhou, na peculiar ordem que as minhas leituras tomam, pôr esta edição na pilha antes de me dar conta de que a mesma história estava incluída noutro livro que tinha em leitura. Podia tê-la deixado para mais tarde? Podia, com certeza. Mas esta edição inclui também, em jeito de prefácio, um ensaio de Moisés Espírito Santo sobre o diabo e tive curiosidade.
Sobre a Récita propriamente dita pouco tenho a acrescentar ao que escrevi aqui, a não ser que, talvez previsivelmente, gostei menos na segunda leitura do que na primeira. Não só por ser a segunda leitura, mas também porque a edição é pior, com mais gralhas e outros detalhezinhos que a prejudicam. E com vastos espaços em branco destinados a fazer com que um conto, que nem é dos mais longos, ocupe quase cinquenta páginas. É uma edição francamente manhosa.
Quanto ao ensaio/prefácio, achei-o delicioso, cheio de informação sobre o Coisa-Ruim, muita dela de caráter etnográfico mas não só, empacotada num embrulho muito bem-humorado. É um prefácio que vale mesmo a pena ler. Mesmo pouca relevância tendo para o texto que se lhe segue e que, supostamente, justifica a edição.
Este livro foi comprado.
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