E cá temos o fim desta série, que no entanto ainda terá um resumo e algumas conclusões a rematá-la, talvez escritas e publicadas ainda hoje, talvez deixadas para amanhã. Veremos. Para já, aqui ficam os últimos artigos:
71. Como Inverter o Declínio do Bloco de Esquerda? - Um artigo muitíssimo crítico da atividade de Francisco Louçã, quer nos últimos tempos de coordenador, quer quando deixou de o ser, apontando-lhe a dedo erros, ziguezagues e inconsequências. Embora concorde com o que se propõe (uma maior democratização do partido) discordo bastante da fulanização em torno de Louçã, em que caem com demasiada frequência tanto os seus fãs como os seus detratores. Sim, Louçã teve grande impacto na queda do Bloco, por vários motivos, mas a verdade é que esteve longe de ser o único a tê-lo. Ao centrar em Louçã todos os males do partido está-se na prática a desculpar os outros dirigentes dos erros que também eles cometeram (ou, do lado simétrico, a ignorar os contributos positivos dos restantes). As coisas não devem ser assim. Nunca. (Moção R)
72. A Educação ou a Hipoteca das Gerações Futuras!? - Mais um artigo sobre o estado miserável em que temos o sistema educativo. Concordo no geral, apesar de duas ou três afirmações que me levantam dúvidas e uma, a primeira, que é comprovadamente falsa. Não é verdade, como se comprova pela melhoria consistente dos resultados do sistema até recentemente, que "a educação em Portugal nos últimos vinte anos tem vindo a degradar-se paulatinamente." Houve uma degradação contínua nas condições de trabalho dos professores e nos seus níveis salariais, como de resto aconteceu com a esmagadora maioria das pessoas que vivem dos rendimentos do trabalho, mas isso é só uma parte do conjunto que constitui a educação. (Moção R)
73. Pela Unidade, Vamos Debater - Um artigo bastante bom, e com que em boa medida concordo, sobre as virtudes do debate interno por contraste com a tentação de dar prioridade aos rostos e omitir o debate, que por vezes se sente em alguns quadrantes. É pena que omita as responsabilidades próprias da moção apoiada nos erros que agora critica, mas não se pode ter tudo. O artigo é bom e merece o meu acordo em quase tudo o que não se refira direta ou indiretamente à moção E, que apoia declaradamente. Até porque contrasta bastante com a grande maioria dos outros artigos da E que ficaram para trás. (Moção E)
74. O Partido, Movimento das Solidariedades - Outro artigo muito bom, com que concordo plenamente, que procura fazer uma hierarquização de prioridades de curto prazo na ação do partido, tendo no entanto o cuidado de evitar a questão das alianças (mas dando a entender, pelo menos a mim, que elas deverão ser variadas e amplas). Gostei. (Moção U)
75 e 76. Para Além das Cinco Moções - Outro a roubar-me o título. Tsc. Mas concordo em grande medida com o que está escrito neste artigo, dividido em duas partes e a propósito de uma série de assuntos que vão da integração (ou desintegração) europeia até ao que se entende por socialismo, embora tenha uma ou outra discordância de pormenor. (sem moção)
77. Uma Aposta na Audácia - Mais um artigo francamente bom sobre requalificação urbana, propondo que passe por aqui uma bandeira principal do Bloco. Estou quase inteiramente de acordo. (Moção R)
78. Desenterrando Fantasmas: A Moção E e o Apoio a Manuel Alegre - Mais um artigo a pôr pontos em is. Já não tenho paciência para estes artigos. Passo. (Moção U)
79. Responder à Nova Política Agrícola Comum (PAC) - Um artigo, muito técnico, sobre questões ligadas ao desenvolvimento rural naquilo que ele se interseta com a política da União Europeia. Parece-me bem, mas a verdade é que eu sei pouquíssimo sobre o assunto portanto não tenho realmente ferramentas para formar uma opinião minimamente sólida. (Moção U)
80. O Recall Election - Contributo Para o Debate na IX Convenção Nacional do Bloco de Esquerda - Um artigo em que se propõe a institucionalização da possibilidade de interromper mandatos políticos por via referendária. Tem-se visto nos últimos anos, em que em vez de um presidente temos tido um cavaco, que isso é, realmente, uma necessidade. Concordo plenamente. (Moção E)
81. No - Um excelente artigo sobre a política de comunicação do Bloco, com ramificações pelo mal causado pelo espírito de capelinhas existente em alguns setores do partido e por omissões políticas existentes nos últimos tempos. Concordo por inteiro. (Moção B)
82. A Natureza do Bloco é a Pluralidade - Outro ótimo artigo sobre aquilo que o título reflete: uma reflexão sobre onde reside a natureza do BE, opondo-se a tentações de o homogeneizar. Estou plenamente de acordo. (Moção E)
83. Para Quê o Bloco de Esquerda? - Mais um excelente artigo sobre a diversidade de base do Bloco e também sobre a sua unidade intrínseca. Concordo por inteiro. (Moção R)
84. A Propósito do Bem-Estar e dos Direitos dos Animais - Artigo sobre as posições assumidas pelo BE a respeito dos animais de companhia, com proposta de prosseguir e aprofundar o mesmo rumo. Estou basicamente de acordo. (Moção E)
85. Nem Bandeira, nem Pin de Lapela - Luta Feminista Aqui e Agora - Outro artigo feminista que, além de fazer um balanço (algo vago) sobre o feminismo no Bloco, procura colar a coordenação paritária à ação feminista, insinuando que todas as opções que não passem por aí são por inerência um retrocesso. Não é o primeiro artigo a fazê-lo, e faço a este a critica que fiz ao outro. Mas acrescento: resumir a luta feminista à coordenação paritária ou até a paridades, sejam elas quais forem, é mais folclore que outra coisa. As paridades são um instrumento que serve para remover bloqueios machistas à ascensão de mulheres nas organizações e apenas para isso. Num momento em que as mulheres participam muito menos que os homens na vida do partido (pelo menos na minha região; talvez noutras seja diferente) importaria sobretudo perceber porquê e de seguida encontrar mecanismos para mitigar ou resolver o problema. Não são as paridades, seja na coordenação seja em que estrutura estejam, que vão por si só resolver esse problema. (Moção U)
86. Contributo - Artigo sobre irreverência e institucionalização, defendendo a primeira e formas alternativas de fazer a segunda. Concordo parcialmente, em especial porque nem a irreverência nem a institucionalização são boas ou más por si só: tudo depende do objetivo a alcançar com cada uma. E isso é aflorado no artigo mas está longe de ficar claro. (Moção U)
87. Tendências e Liderança - Mais um artigo a procurar pôr pontos em is, centrando-se este na constituição da tendência Socialismo (que também sempre achei péssima ideia, diga-se). Continuo sem qualquer paciência. (Moção E)
E pronto, chegámos ao fim. Relembro que há a primeira, segunda, terceira e quarta partes para quem quiser ler e que ainda haverá uma conclusão e balanço para encerrar esta sessão de leitura e comentário.
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