Afastando-se um pouco do terror clássico do primeiro conto, Ricardo Lopes Moura relata em De Manhã à Beira Mar a história de um homem que tem como rotina matinal ir assistir à alvorada ao paredão da marginal, enquanto atira pão às gaivotas. Até ao dia em que acaba testemunha de um assassínio, com as consequências funestas que isso costuma acarretar.
Não sei bem se a ideia do autor era criar um clima inquietante, de algum terror psicológico, transmitindo ao leitor o medo do protagonista do conto perante o acontecimento que se desenrola a seu lado e vai inevitavelmente ter implicações para a sua vida. É possível que fosse, mas também é possível que pretendesse apenas contar uma história, sem se prender nesse tipo de planeamento. Se assim foi, isto é, se a ideia era criar um clima inquietante, não foi bem sucedida, talvez em parte pela brevidade do texto (três páginas). Caso contrário, a história está razoavelmente bem contada. Não posso dizer que tenha gostado muito deste conto, mas lê-se bem.
Conto anterior deste livro:
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