Também com um artigo de que não vale a pena falar, terminei o número 21 do fanzine brasileiro Scarium (bib.), dedicado a Lovecraft. Apesar de conter um conto meu (ou talvez por isso mesmo), parti para a leitura do fanzine com as expetativas bastante baixas, pois Lovecraft é, entre os autores clássicos de literatura fantástica, um dos que mais me desagradam. E de facto não gostei muito, mas acabei por gostar mais do que estava à espera. Sim, os dez contos que contém pareceram-me muito irregulares. Sim, detestei o conto de Lovecraft que lá se encontra. Sim, não gostei de mais um ou dois. Mas houve vários que li com agrado, houve vários que me surpreenderam agradavelmente por fugirem com eficiência à tentação de emular o "mestre", e houve um de que gostei mesmo: Esperando o Fim do Mundo, de Celso Gajo.
Ah, e poderão perguntar: se desgosto tanto de Lovecraft, porque fui escrever um conto lovecraftiano? Bem, acho que lendo o conto se percebe. Não é bem um conto lovecraftiano. É um gozo. A várias coisas. De tal maneira subversivo ao "cânone" que fiquei bastante admirado por mo terem aceite na Scarium. A surpresa diminuiu quando li o fanzine e vi mais contos que também se afastam significativamente das atmosferas e principalmente do estilo de Lovecraft, apesar de os terem sempre por base. Aparentemente, esse foi um critério que os editores seguiram. E eu achei muito bem.
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