O Terror (bib.) é uma novela de Arthur Machen, ambientada na mesma época em que foi escrita, durante a I Guerra Mundial. É com a guerra como pano de fundo que se começam a suceder em vários locais da Grã-Bretanha estranhos acontecimentos que culminam com a morte duma pessoa aqui, duas ou três ali, outra acolá, gerando um clima de medo generalizado. A guerra faz levantar suposições de sabotagem e agentes inimigos, e a presença militar nos locais desses acontecimentos, bem como a censura que é imposta à imprensa, contribuem para lhes dar credibilidade. A história acompanha vários desses acontecimentos numa certa região do País de Gales, e, à maneira das histórias de mistério da época, as especulações e investigações que algumas pessoas vão fazendo por conta própria, tentando encontrar a origem daqueles factos misteriosos.
É uma história bastante boa, com fortes pontos de contacto quer com os policiais contemporâneos, quer com as histórias de proto-FC que se faziam na época: foca-se principalmente no desafio intelectual que constituem os acontecimentos misteriosos e não tanto nas personagens, sem no entanto deixar de esboçar um retrato bastante interessante da sociedade galesa contemporânea e do estado de paranoia gerado por uma guerra que, embora se desenrolasse em palcos mais ou menos distantes, não deixava de ter forte impacto sobre os britânicos. E no fim, como mandam as regras dos livros de mistério, este é desvendado, embora o leitor que pegue no livro em que a novela se insere e o leia em sequência (e não seja totalmente ignorante sobre cinema) já tenha a obrigação de o ter adivinhado logo desde o início.
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