terça-feira, 6 de abril de 2010

Lido: A Cidade dos Pestanejos

A Cidade dos Pestanejos é um conto de Rhys Hughes sobre uma cidade exemplar que me fez lembrar As Cidades Invisíveis, de Italo Calvino, embora em grande. Trata de uma cidade matematicamente hierarquizada em sete classes, começando num rei e terminando nos artesãos, que são mais de dois milhões. Toda a gente se vigia, e toda a gente é vigiada: cada nível hierárquico vigia aquele que está logo abaixo, com exceção dos artesãos, que vivem de olhos postos no rei. A perfeição é total, matemática, precisa. Até que acontece um erro que vai ter consequências catastróficas.

É um conto divertido, irónico e bem escrito. Fez-me lembrar o livro do Calvino pela precisão arquitetónica com que é construído, embora, ao contrário dos contos de Calvino, que se limitam à descrição das cidades e à sugestão do que nelas se passa, neste existe alguma história. Não muita, até porque não é propriamente longo, mas alguma. Como gosto deste tipo de coisa — gostei muito do livro do Calvino — gostei.

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