segunda-feira, 19 de abril de 2010

Lido: Morituri te Salutant!

Morituri te Salutant! (bib.) é uma noveleta de Gerson Lodi-Ribeiro que descreve a chegada duma nave tripulada por membros duma cultura espacial neorromana a um sistema planetário desconhecido e aquilo que a nave lá encontra. Embora o início da história mantenha o tom informativo das histórias anteriores do livro, esta desenvolve-se depois duma forma mais autónoma, menos orientada para a introdução dos potenciais jogadores ao universo ficcional em que o jogo Taikodom se desenrola e é, por isso, e obviamente a meu ver, a melhor destas histórias até ao momento. Porquê?

Porque tem um enredo mais vincado do que as anteriores. À chegada ao sistema desconhecido, a nave depara com uma sonda autoconsciente do tipo que era usado algumas décadas antes para a exploração inicial dos pontos de salto, e esta sonda descreve um sistema repleto de artefatos alienígenas funcionais que os neorromanos decidem investigar. Porque tem algumas surpresas e reviravoltas nesse enredo, de que não irei falar, exceto para dizer que a conclusão põe de repente todo o universo ficcional num pé muito interessante. E porque tem o interesse acrescido de, como o próprio título sugere, estar cheia de latinismos, o que faz com que o texto propriamente dito jogue muito bem com a história que conta.

É, portanto, uma história bem clássica de ficção científica, uma daquelas histórias que têm no paulatino desvendar de um mistério o seu principal motivo de interesse, uma daquelas histórias em que o mundo (ou, como neste caso, os mundos) é bem mais relevante do que as personagens e do que os aspetos sociológicos que estas deixam entrever. Mesmo não sendo propriamente este o meu tipo preferido de FC, costumo gostar quando as histórias estão bem executadas e me conseguem manter interessado naquilo que vai sendo revelado. É o caso desta.

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