Os Filhos de Noé (bib.) é um conto de terror de Richard Matheson cujo protagonista teve a infeliz ideia de usar as férias para fazer um périplo, de carro e sozinho, pela Nova Inglaterra. As coisas não lhe correm particularmente bem, mas dão uma guinada para pior quando é mandado parar pela polícia, à saída duma vilória qualquer, por excesso de velocidade. O resto do conto é passado com ele enredado nas malhas da lei, sempre na esperança de que as coisas se resolvam depressa (afinal, trata-se dum simples excesso de velocidade), mas sempre a ver-se cada vez em piores lençóis.
É um bom conto de horror, mas uma vez mais gera uma forte sensação de déjà vu. Até certo ponto essa sensação dever-se-á a ter um ambiente muito semelhante a boa parte da obra de Stephen King, mas também me parece que, embora esta história em concreto nunca tenha sido, tanto quanto sei, adaptada ao cinema ou à televisão, há nela muitas características "reutilizadas" por muito horror audiovisual feito desde que foi publicada em 1957. Por conseguinte, desde o início que percebi que as coisas não se iriam passar como o protagonista esperava, e até o fim — em tese chocante — foi previsível, embora menos do que outras partes da história. Ainda assim, para mim esta é a segunda melhor história do livro. E está muito bem traduzida, se bem que eu não perceba por que motivo o tradudor resolveu deixar New England em vez de usar a designação Nova Inglaterra que está perfeitamente estabelecida em português.
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