sexta-feira, 9 de abril de 2010
Lido: Un Punto Negro, Celeste
Un Punto Negro, Celeste, do argentino Martín Panizza, é um conto curto muito lírico que se inspira no trânsito de Vénus (i.e., na passagem de Vénus entre a Terra e o Sol, atravessando o disco da nossa estrela) para desenvolver uma historieta sobre despertares de Vénus espaçados de cento e vinte e dois anos, com mitologia grega à mistura. Detestei esta história. O problema não está no lirismo — o lirismo bem aplicado a uma boa história não me incomoda minimamente, pelo contrário. Nem sequer o disparate astronómico de dar um significado especial aos momentos em que o planeta passa rigorosamente entre a Terra e o Sol, em vez de um pouco acima ou um pouco abaixo como acontece a cada ano e meio, é a maior parcela do problema. O problema principal é mesmo a falta de tema e do que dizer que o conto revela com toda a clareza no quanto consegue tornar repetitiva uma história de pouco mais de uma página. Muito, muito fraquinho. Não recomendo, mas podem ver com os vossos próprios olhos aqui. É a oitava história.
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