Nem Tudo é História (bib.), de David Mourão-Ferreira, é um conto curto tão onírico que se torna quase indescritível. Embora esteja muitíssimo bem escrito, e por esse lado seja irrepreensível, não me agradou. De novo voltamos à velha história da forma e do conteúdo. A forma deste conto é de primeira água? É. Mas o conteúdo é um conjunto de imagens bastante desgarradas que não me transmitiram nada. Li o conto, saboreei os pormenores na escultura da linguagem que ele me foi apresentando, mas esqueci-o tão prontamente que para escrever esta curta opinião tive de voltar a ler algumas passagens até me vir à mente alguma ideia difusa do conteúdo. Se me falarem dele daqui a uma semana será como se nunca o tivesse lido. Passou-me pelos olhos como uma aragem morna, nada mais. De que serve assim a literatura?
Dito isto, decerto que outros leitores o verão de outra forma. É mesmo assim que as coisas são. Eu não gostei lá muito. Vocês? Não sei.
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