Post Mortem, de Pedro Medina Ribeiro é mais um conto de terror em que finalmente se abandona o século XIX, ou anterior, e se dá um salto a tempos mais modernos, já providos de automóveis e computadores. Não por coincidência, é também dos contos de que mais gostei até agora. Um homem chega às instalações da Polícia Judiciária, onde é informado de que foi inocentado da suspeita que sobre ele pesava de um crime de morte, algures no interior do Alentejo. E mostra ao inspetor responsável pela investigação um texto que pretende fazer publicar, no qual se relatam as fantasmagóricas circunstâncias que rodearam a sua participação no caso, texto esse que acaba por constituir a porção mais extensa do conto de Ribeiro. Não é uma estrutura propriamente original — por coincidência eu tinha lido pouco antes este conto de Maupassant que tem uma estrutura muito semelhante... e a desenvolve melhor —, tal como não é original o final do conto. Mas pese embora seguir por caminhos já trilhados, estes não são muito comuns e o conto constrói de forma eficaz a atmosfera inquietante que pretende criar, além de estar bem escrito. É, pois, um bom conto, parece-me.
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