domingo, 22 de julho de 2012

Lido: Shepherded by Galatea

Shepherded by Galatea é uma noveleta de ficção científica bem dura, de Alex Irvine, cujo protagonista é um mineiro de diamantes em Neptuno. Começa com um imenso infodump sobre as condições ambientais no quarto gigante gasoso e o funcionamento da nave mineira que o protagonista pilota, o qual se lê quase como um manual técnico. Sim, o infodump não se limita a ser imenso; também é muito aborrecido. Normalmente, os autores que optam por despejar informação desta forma fazem-no por falta de habilidade e talento, mas não creio que seja propriamente o caso de Irvine. Pareceu-me que neste conto a ideia foi algo como "OK, vamos ver-nos livres desta parte logo de início para podermos contar a história decentemente depois." Ou seja, creio que se trata de estratégia, não de azelhice. Uma estratégia arriscada, mas que compensou o suficiente para ele se ver publicado numa boa revista do género. E a história que conta depois do infodump tem, de facto, algum interesse.

Mesmo assim, não gostei muito. Por causa do infodump, claro, mas não só. Também porque na história de Irvine os mineiros arriscam a nave e a vida a cada mergulho na atmosfera de Neptuno e me custa ultrapassar a inverosimilhança inerente a ter naves tripuladas a fazer um trabalho que sairia muito mais barato e seria muito mais seguro e até, provavelmente, mais eficiente, fazer com robôs. Por outras palavras, não vejo grande sentido na premissa básica, e esse sentido tem tanto mais importância quanto mais dura a FC pretende ser. E também porque a história que é contada depois do infodump tem algum interesse, mas não assim tanto quanto isso. Tem até muito de banal: há um triângulo amoroso, há mentalidade e atitudes de fronteira, há heroísmo e superação, há uma série de coisas já muito vistas, noutras histórias, e não só de FC. A originalidade está na mistura dos ingredientes, não nos ingredientes em si mesmos. E isso é pouco para compensar os defeitos da história. Esta não me parece que ultrapasse a mediania.

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