O Elephans-Pinguim (bib.) é um conto curto de Maria Alberta Menéres sobre... bem... sobre nada, na verdade. Não há neste texto história, nem personagens, há apenas imagens, e uma vontade imensa de reduzir o mundo à volúpia da palavra. É todo forma, quase sem qualquer conteúdo. É prosa, mas podia perfeitamente não ser. É uma prosa entrecortada, uma espécie de versos que em vez de serem escritos uns por baixo dos outros, como nos poemas, são escritos uns a seguir aos outros, com duplos espaçamentos a separar o que é sequência de versos do que o é de palavras. É um exercício puramente literário. Ou melhor, é um exercício puramente textual.
Quem gosta de exercícios puramente textuais provavelmente gostará deste texto. Quem procura história, personagens, essas coisas de que também é feita a literatura pode (deve?) passar adiante. Eu achei-o um grande bocejo. Houvesse nele algo mais que o exercício textual, algo mais que a simples manipulação das palavras, algum conteúdo, talvez me tivesse interessado. Mas não há. Ou há de uma forma tão subalternizada que se afoga no resto. Portanto não, não gostei. Para mim, este é dos piores textos do livro.
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