Vem, Vulva Antiqüíssima e Idêntica é, mais uma vez, não um título mas um primeiro verso de um poema de Mário Cesariny de Vasconcelos. Com trema e tudo. Desta feita, porém, e apesar de continuar a haver a descontração no emprego de referências sexuais e do calão que se encontra abundantemente nos textos anteriores, este poema é bastante mais lírico, muito menos divertido e até, sim, muito menos porco. É uma ode à vulva, uma declaração de amor à vagina, mas não uma piada. Julgo mesmo que não tem qualquer intenção de chocar quem quer que seja. Só se expressar um sentimento, e de uma forma bem menos crua do que a empregada noutros textos. Não me fez rir, nem sequer sorrir; fez-me apreciar o belo tratamento da língua — sem nenhum segundo sentido, se me fizerem esse obséquio — que Cesariny aqui faz, independentemente de o fazer usando palavras que as "pessoas de bem" normalmente não usam. Querem saber? Fodam-se as "pessoas de bem."
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