domingo, 22 de dezembro de 2013

Lido: Fundamentalismo Para Principiantes

Fundamentalismo Para Principiantes é um risco tremendo para o humorista. José Alberto Braga, aliás, reconhece-o numa introduçãozinha itálica em que afirma que "religião à parte, é forçoso reconhecer em Khomeini um grande concorrente dos humoristas." E é um risco tremendo porque neste texto Braga pega em seriíssimas (e religiosíssimas) proclamações do antigo líder supremo da teocracia iraniana e comenta-as. Isso, em si mesmo, já é arriscado, e que o diga Salman Rushdie. Mas há pior, oh!, muito pior: Braga corre o risco das próprias proclamações terem mais piada do que os seus comentários!

E é precisamente isso o que acontece com a maioria. Muitas das sentenças que Braga escolhe são escatológicas, preceitos sobre como o bom fiel deve urinar ou defecar (ai do que cagar virado para Meca!), coisas dessas, outras são tão hilariantemente surrealistas como a regra sobre o mínimo de relações que o marido deve ter com a mulher (Três. Por ano.), ou a estrita proibição de consumir carne de cavalo, mula e burro caso o animal tenha sido sodomizado enquanto vivo. Coisas destas.

Contra um humor involuntário tal superlativo calibre, Braga não tem a mínima hipótese. Este texto é hilariante, sim, mas mais pelas sentenças que ele escolhe do que pelos comentários que faz.

Textos anteriores deste livro:

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