Existe um Homem que Tem o Costume de me Dar com um Guarda-Chuva na Cabeça, de Fernando Sorrentino, é um daqueles contos cujo título diz quase tudo. É narrado em primeira pessoa por um homem que conta como outro lhe apareceu um dia na vida para lhe dar pancadas na cabeça com um guarda-chuva, sem ser possível demovê-lo ou impedi-lo de o fazer, de noite ou de dia, fizesse chuva, fizesse sol, nevasse ou ventasse, nas situações mais públicas ou na maior das intimidades. Divertido e insólito, este é um conto de um imaginativo surrealismo e a primeira incursão pelo fantástico que se encontra neste número da Ficções. E, sendo bastante curto, também tem a extensão certa: como é daqueles contos que se esgotam na ideia, dificilmente manteria o interesse se se prolongasse por mais páginas, a menos, claro, que outras ideias se viessem somar a esta. Não creio que esteja aqui uma obra-prima, nem nada do género, mas é um conto divertido e bem concebido, portanto está aprovado.
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