O Conde Encantado é mais uma destas histórias recolhidas por Adolfo Coelho com um considerável potencial para expansão. Contudo, enquanto na maioria dos casos esse potencial aparece porque a história até resulta razoavelmente bem tal como está mas dá pano para mais mangas, aqui é porque está reduzida ao osso e dá mesmo sinais de talvez lhe faltarem alguns. Ossos, quero eu dizer.
Conta a história da neta de uma velha má que a detestava e fazia tudo para a maltratar, o que a leva a fugir e a arranjar emprego no castelo de um conde. Só que o conde estava encantado e transformava-se em passarinho, o que vai levar a certas peripécias e estas ao desfecho. Há qualquer coisa de Gata Borralheira aqui — algumas ideias, sobretudo — mas a história em si segue caminhos diferentes.
E quando eu sigo "segue" talvez devesse dizer "esboça", pois tudo se despacha em página e meia e há até algumas voltas de enredo que parecem simplesmente aparecer vindas do nada. Pode tratar-se do que resta de uma história complexa depois de sofrer uma degradação razoavelmente intensa ao longo dos séculos. Ou talvez o fenómeno seja outro. De qualquer forma, não é das histórias mais interessantes deste conjunto.
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