A Casa de Mapuhi, de Jack London, é uma aventura fantástica passada num atol, na Polinésia Francesa, entre os nativos da ilha, pescadores de pérolas, e um sortido de aventureiros com mais ou menos escrúpulos que se dedicavam a comprá-las. O Mapuhi do título é, claro, um dos pescadores, que teve a sorte ou a destreza de pescar uma pérola gigantesca e invulgar que desperta a cobiça de todos os compradores. Mas, por coincidência (ou não), logo após ter concluído o desvantajoso negócio que transferiria a pérola para a propriedade de um dos europeus, abate-se sobre o atol uma violentíssima tempestade que o submerge, deita abaixo muitas das árvores que nele crescem, mata uma série de gente e causa graves consequências aos sobreviventes.
Apesar da descrição do ciclone estar muitíssimo bem conseguida, apesar da relação entre os indígenas das ilhas do Pacífico e os negociantes coloniais que deles se aproveitam estar apresentada de forma quase exemplar, em especial tendo em conta a época em que Jack London viveu, não gostei muito da história. Achei demasiado desconcertantes as mudanças de protagonista que se vão dando ao longo das suas páginas. Parece-me que este tipo de coisa resulta bem em romances, mas aqui é demasiada gente para um texto tão curto, o que origina uma grande confusão de nomes e uma caracterização insuficiente, demasiado básica, de cada personagem. Isso faz com que o todo sofra, parece-me. E é pena; com as qualidades que tem, esta história podia ter sido excelente.
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