Confronto com Quimera (bib.) é uma novela de ficção científica, de Gerson Lodi-Ribeiro, pertencente ao universo do Taikodom. Era inevitável que, sendo o Taikodom um jogo de computador em que a ação pura e simples tem um lugar importante, mais cedo ou mais tarde Lodi-Ribeiro nos apresentasse uma história como esta. Space opera, sem subtilezas ou subterfúgios. Simplesmente space opera.
Conta o primeiro grande combate que consta da história de fundo do jogo, entre uma das mais poderosas naves humanas, a Belerofonte, e uma nave-mãe da misteriosa espécie alienígena que tem vindo a atacar a periferia do espaço humano a que é dada a alcunha de Quimera. A novela quase se restringe a isso: primeiro à perseguição através de vários pontos de salto e de vários sistemas estelares, e depois ao combate propriamente dito. Tem algumas ideias interessantes, com o âmbito grandioso típico da space opera, e o autor consegue fazer com que a situação e as decisões pareçam ser estrategicamente credíveis. Desta vez, e ao contrário do que acontece com várias das outras histórias do livro, nem sequer há muita descrição do pano de fundo. Há a preparação da ação, e depois a ação. Basicamente, esta é uma história de space opera competentemente executada. Não tenho dúvidas de que satisfará os apreciadores do subgénero.
No entanto, eu não gosto, nunca gostei, de space opera. E também nunca gostei de ver a guerra contada a partir do ambiente assético e limpo das pontes ou postos de comando. Para mim, a verdadeira guerra está na selvajaria, violência e desespero de quem de facto nela mata e morre, de quem fere e é ferido. Para mim, a verdadeira guerra é a dos combatentes, não a dos comandantes. De modo que não é surpresa que esta tenha sido, de todas as histórias do livro, aquela de que menos gostei. Não que não lhe encontre qualidades, como ficou claro mais acima. Mas ela choca com as idiossincrasias dos meus gostos.
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