sábado, 6 de outubro de 2012

Da série "Coisas que me enchem de refluxo estomacal": redução no número de deputados

Andam aí agora uns tipos, incluindo, ao que parece, aquela muito medíocre figurinha que ocupa o lugar de secretário-geral do PS, a querer reduzir o número de deputados. A ideia, aparentemente, é que os deputados gastam muito e fazem pouco. Que a democracia é cara. Que Portugal não se pode dar ao luxo de ter tantos "chulos".

Eu até concordo que Portugal não se pode dar ao luxo de ter tantos chulos. Mas enche-me de ânsias de vómito que, entre todos os chulos possíveis, a sanha persecutória caia precisamente em cima daqueles pseudo-chulos que eu sei quem são porque ajudei a eleger enquanto membro de um povo. Mesmo que, na verdade, só tenha ajudado mesmo a eleger um deles, a Cecília Honório, e não esteja nada arrependido do meu voto. Mesmo que ache muitos dos outros deputados que lá estão uns nabos e uns aldrabões do piorio. Mesmo assim, causa-me uma violenta repugnância esta sanha.

Porque há milhares de pessoas a viver à conta do Estado, milhares de pessoas de que nunca ninguém fala, muitos deles verdadeiros parasitas que não fazem nada. Por que carga de água vão apontar os canhões precisamente aos representantes da democracia? Não acham isso um tudo-nada... enfim... fascista?

É que ainda por cima os outros gajos são caros. E, pior, ninguém parece saber lá muito bem quanto ganham. Ao passo que um deputado sabe-se. Está aqui, é público. Um deputado sem cargos adicionais, em regime de exclusividade, recebe 3600 euros mensais. Que é mais ou menos o que ganham certos motoristas contratados por este governo. Ao passo que o dinheiro que figurões como o António Borges metem ao bolso está no segredo dos deuses, se bem que haja quem diga que ronda os 25000 euros por mês.

Sim, leram bem. Um António Borges, que ninguém elegeu para coisíssima nenhuma, que insulta a torto e a direito, que é um perfeito imbecil, bem pior que a maioria dos deputados eleitos para a AR, "vale", financeiramente, mais de nove deputados.

E no entanto, ninguém parece muito preocupado em reduzir o número destas sanguessugas. Que são muito mais que os 230 deputados.

O que vos quero perguntar, meus caros reducionistas parlamentares, com toda a frontalidade, é: isso é tudo estupidez, ou tem algum objetivo inconfessável por trás? Hm?

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