The Waste Land é a última história de Charles Sheffield, publicada cinco meses após a sua morte. Trata-se de uma noveleta de ficção científica policial, ambientada numa instalação nuclear americana, na qual se procede a investigação e também à descontaminação de material radioativo lá deixado ao longo das décadas anteriores. O protagonista, um antigo polícia de Washington que depois de ser aconselhado pelos médicos a procurar uma vida menos stressante arranjara emprego nessas instalações, é chamado para investigar a estranha morte de um dos cientistas que lá trabalhavam, cujo cadáver parecia ser o resultado de envenenamento agudo por radiação mas não mostrava qualquer sinal da radiação residual que seria de esperar.
É uma história bastante boa. Está bem escrita e bem estruturada, e toma um significado mais profundo quando se relaciona o seu tema de base com a vida e carreira de Sheffield — foi um físico proeminente e começou a escrever após a morte da primeira mulher, de cancro — e sobretudo da sua morte, uma vez que também ele acabou por morrer de cancro: foi morto por um tumor no cérebro. Na verdade, tomando isto em conta o seu impacto multiplica-se várias vezes. Mas mesmo sem se saber nada sobre o autor a história é interessante. Sob o enredo policial pode encontrar-se uma reflexão sobre a indústria nuclear e um retrato fiel — afinal, Sheffield tinha bastante conhecimento de causa — sobre a atividade científica. Gostei bastante.
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