A Vindima é mais uma vinheta de António Cabral ambientada no Douro vinheteiro. Trata-se, desta feita de um texto de prosa poética, quase sem história, mais preocupado em criar um ambiente a largas pinceladas impressionistas e vagamente surreais do que com qualquer outra vertente do ato de criação literária, incluindo, até, o burilamento do texto, embora esta seja a preocupação imediata. Não o faz mal, mas a verdade é que o resultado nem me agrada, nem me interessou, o que tem obviamente mais a ver comigo do que com o texto. Gosto da simples criação de ambientes, em especial se conjugada com um bom tratamento da língua, quando eles ultrapassam o comezinho e me conseguem surpreender. Não é o caso aqui: embora a língua não saia maltratada, o ambiente é o de milhentas outras histórias durienses. Incluindo, até, algumas presentes neste mesmo livro.
Textos anteriores deste livro:
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