Se esta história serve como bom indicador da qualidade da prosa de Ian R. MacLeod, ela aproxima-se do sublime. The Dead Orchards é um conto de horror, protagonizado e narrado por um monstro, daqueles velhos monstros ricos que tão frequentemente se encontram na ficção britânica, velhos monstros que habitam em vastos casarões solitários, umas vezes no campo, outras nas cidades, acompanhados apenas por criados fidelíssimos que satisfazem todos os caprichos dos seus amos, mesmo que estejamos a falar de homicídio.
O monstro desta história é um assassino sobrenatural, um predador de mulheres belas e jovens, cujas armas de eleição são uma poção paralisante e as peculiares árvores do pomar da sua propriedade. E preda-as impunemente, anos a fio, numa rotina que acaba por aborrecê-lo. Até um dia...
Até ao dia que serve de fulcro a esta história, o dia em que a mulher que vem ter com ele é diferente das outras, o dia em que experimenta na pele os efeitos da sua própria magia. O dia em que o casarão muda de dono.
A história é boa. Além da maravilhosa prosa, está bem construída. No entanto, há algo que falha, há qualquer coisa que faz com que não se torne memorável; pelo contrário, foi-me fácil esquecê-la. Demasiado. E não sei bem o que é. Talvez o facto de se tratar de uma variação de velhos temas, sem nada realmente único que individualize esta história? É possível. Certo é que a história é boa, sim, mas não creio que a sua qualidade global chegue sequer perto da da prosa.
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